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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Estudantes ocupam e acampam na reitoria da UFMT

Cerca de 600 manifestantes (entre estudantes, professores e técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT) marcharam na manhã desta quinta-feira (15) em defesa da educação pública e contra o abandono das instituições de ensino público realizado pelo governo federal. No final da marcha, organizado pelo Diretório Central dos Estudantes  e pelos Centros Acadêmicos da UFMT, os estudantes ocuparam a reitoria da Universidade.

Os alunos denunciaram a falta de bolsas para os estudantes, sucateamento dos laboratórios, falta de equipamento e professores na sala de aulas, atraso nas obras das casas de estudantes (CEU), entre outros.

Durante o movimento, os estudantes Josiane Sueli Beria e Marcelo Guedes, ambos do curso de Psicologia, revelaram a dificuldade para conseguirem as bolsas (permanência, auxílio-moradia, auxílio-alimentação) ofertadas pela UFMT. Os universitários vieram de outros estados (Rio Grande do Sul e São Paulo, respectivamente) e estão passando dificuldades para se manterem em Cuiabá.

"Meu pai ganha R$ 1500 por mês para sustentar uma família de quatro pessoas. Estou há seis meses aqui em Cuiabá e até agora não consegui nenhuma das bolsas de auxílio oferecidas pela UFMT. E o pior, a administração da universidade não dá nenhum justificativa para o fato. Vão esperar que alunos passem fome?", questionou indignada Josiane.

O protesto começou às 9h30 em frente a praça do Restaurante Universitário, os manifestantes seguiram pelos blocos da UFMT em direção a Avenida Fernando Côrrea e retornaram até a reitoria da Universidade onde ocuparam uma das salas de reunião. Temorosa com o ato, a reitoria Maria Lúcia Cavalli Neder propôs que um debate fosse realizado com a categoria no auditório do Instituto de Saúde Coletiva (ICS). Após o início das discussões, guardas da polícia militar foram convocados até o local.

Apesar das mais de 5 horas de conversa, até o momento a reunião ainda não finalizou. Caso os estudantes não tenham suas exigências atendidas, a categoria continuará acampada no prédio da reitoria.

A pauta dos universitários conta com 20 reinvindicações, entre elas: ampliação da assistência estudantil (aumento das bolsas permanência, auxílio-moradia, auxílio-alimentação e do número de vagas na casa dos estudantes), investimento de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação pública, abertura do Restaurante Universitário durante todos os dias da semana (com café da manhã), compra de equipamentos para laboratórios, melhoria na acessibilidade e estrutura para os portadores de necessidades especiais.

BRASIL

Em todo o Brasil, movimentos estudantis têm eclodido. As reitorias da Universidade de Brasília (UNB), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Federal de Alagoas (UFAL) também foram ocupadas recentemente.

O sucateamento do ensino superior público não é novidade no país. Durante a década de 90, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) promoveu corte de verbas para as universidades federais, inviabilizou concursos públicos para professores e funcionários técnico-administrativos e destinou verba pública para os setores da educação privada. As políticas educacionais de expansão do governo petista também trouxeram consequências negativas para as universidades. O número de alunos duplicou sem que a estrutura física e pessoal das instituições crescesse de maneira proporcional.


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